Depoimento

Ao abrir este livro e folhar as páginas e capítulos, estaremos descortinando vidas em suas buscas incessantes do amor, em uma caminhada que tem como companheiras a solidão, tristezas, angustias e medos, mas que ficam suavizadas no encontro de corações apaixonados e com a força deste amor, superam barreiras, regras e ausências de si mesmos.

O autor com muita sensibilidade descreve esta trajetória com riqueza de detalhes e que me levou a uma reflexão do sentimento chamado amor.

Não existem tempos e nem marcas no rosto e menos ainda importam as dores de sonhos desfeitos ou preconceitos, é um sentimento nascente, que puro reside bem dentro do peito, e renasce a cada manhã.

Faço um convite para adentrarmos neste apartamento e descobrirmos juntos toda à emoção desta história.


Boa leitura!


Rosmar Zontta
(Escritor)

27 de mar. de 2016

Emoção descontrolada

É difícil controlar a emoção
A boca seca
Os olhos lacrimejam
Um frio
Um arrepio
Um calafrio

Foi só avisar e tudo voltar à tona
Foi só ouvir a voz e um terremoto iniciou
Foi só ver olho no olho e tudo foi desmontando

Os desencantos geram armaduras
Cabe querer permanecer vestida
Ou liberar o movimento da vida
Viver e conhecer novos encantos
E porque não novos desencantos também

E aquele sentimento a flor da pele?
Ele não existe mais
Ele não faz mais sentido
Pois não há o sentimento na recíproca
Ou há? Se há não vi.
Será que lá também há armaduras?

Guerreiros, cavaleiros reluzentes
Cavalos brancos, príncipes
Estórias para boi dormir.
Cresci.
Se mostra de verdade
Senão não perca o seu tempo

Pelas ruas do Ipiranga

Aqui foi dado o Grito de Independência
Aqui revelei a minha dependência a um amor
Aqui sonhei e chorei
Vivi e sofri
Amei e fui amado
Perdi, ah como perdi

A mais doce mulher
O mais singular amado
Os que já foram e não voltam
Os que se despediram e o tempo afastou

Brilhou o céu da pátria
Com estrelas cintilantes
E a lua, ah a lua
Confidente, inspiração

Sonho intenso seja o símbolo
Para novos anseios de luta
Novos amores, novos sentimentos
Pois nada será como antes
Que a maturidade revele um futuro melhor
Mais prazeroso, menos egoísta
Mais sincero, menos mentiras
Mais amor, menos individualidade

Ipiranga, desenho meus passos  por suas ruas
Do museu ao Sacomã
Devaneios de uma solidão moldada
De armadura frágil, mas de pulso forte
Na incessante luta razão coração
Avisto o castelo
Cadê o príncipe?